Retrato: Destiny's Child 20 anos depois!
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02/10/2018 20h21
O ano 1998 foi um ano interessante para a black music no geral principalmente para o gênero rap, por ser um ano que teve "The Miseducation Of Lauryn Hill", primeiro disco solo de Lauryn Hill como álbum do ano no Grammy – inclusive já passou por aqui. Por também ter sido um ano que teve muitos discos bons sendo lançados já virando clássicos, como por A Tribe Called Quest – The Love Movement, Brand Nubian – Foundation, Jay-Z – Vol. 2… Hard Knock Life, Mos Def & Talib Kweli are Black Star e Outkast – Aquemini, coincidentemente lançados no mesmo 29 de setembro.
Mas graças aos céus isso não abalou a carreira desse grupo de meninas que ganhariam a atenção do público (uma dessas meninas futuramente ganharia o mundo): estamos falando de Beyoncé Knowles e o disco de estréia de Destiny's Child!
Vamos lá: muita gente conheceu o grupo Destiny's Child na seguinte formação: Beyoncé Knowles, Kelly Rowland e Michelle Williams, mas o grupo vem de uma longa estrada. No início dos anos 90, Beyoncé junto das meninas: Nina Taylor, Nikki Taylor, Ashley 'Tamar' Davis, LaTavia Roberson e Kelly Rowland, formaram o grupo Girls Tyme. O grupo chegou a se apresentar no show de calouros Star Search e abriram alguns shows de artistas grandes, mas a visibilidade do grupo sempre foi limitada.
Depois de alguns anos batendo na trave, o grupo Girls Tyme deixa de existir e passa a se chamar Destiny's Child com a sua primeira formação: Beyoncé Knowles, Kelly Rowland, LaTavia Roberson e LeToya Luckett . Assinaram um contrato com a Columbia Records e lançam o primeiro single no dia 11 de novembro de 1997, a balada de amor No, No, No, No Part 1, mas a que chegou no 3º lugar da billboard foi a No, No, No, No Part. 2 que conta com a participação e produção do grande Wyclef Jean, membro do grupo The Fugees.
Em janeiro sai o segundo single do álbum: With Me produzida pelo Jermaine Dupri, e nesse vídeo o grupo conta com a breve aparição da caçulinha da Bey, Solange, dançando e curtindo o som; ninguém imaginaria que ela se tornaria uma artista tão relevante quanto a sua irmã anos depois.
No dia 17 de fevereiro de 1998 o álbum "Destiny's Child" é lançado. Ganhou o prêmio "Soul Train Lady of Soul" de melhor álbum r&b/soul do ano devido a ambos os singles terem um remix (Parte 2), além de ter uma versão original (Parte 1). Ambos os singles precederam o álbum.
Foram vinte e seis semanas no quadro da Billboard 200 nos EUA e chegou ao número 67. No Reino Unido alcançou o top 50, chegando ao número 45 na parada de álbuns devido à força de seu primeiro single, "No, No, No". O álbum vendeu mais de um milhão de cópias nos Estados Unidos ganhando o certificado de Disco de Platina e foi relançado em vários países após o sucesso do álbum seguinte, The Writing's on the Wall (1999). O álbum foi recebido com críticas geralmente favoráveis de críticos de música, incluindo AllMusic e Rolling Stones.
Em 1998, Bey tinha 16/17 anos de idade e já tinham um disco de platina, 20 anos depois colecionou muitos outros com o grupo e na carreira solo. Hoje ela é referência mundial como artista do music business, prova viva de que não basta ter um dom e talento, pois talento é trabalho e ela trabalhou muito pra chegar no topo, e pra tirar ela de lá terão que trabalhar muito!
Destiny's Child foi um dos grupos mais importantes da cena R&B e vale a pena ler e ouvir a trajetória dessas meninas de Houston no Texas, que ganharam o mundo fazendo o que mais amam: música. Boa audição!
Sobre os autores
Fabio Lafa escreve textos, podcaster, pesquisador musical e consultor em music branding.
Nyack é Dj, pesquisador musical e beatmaker.
Juliano BigBoss é estudioso do marcado do rap, pesquisador, produtor artístico e executivo.
Sobre o blog
Papo semanal e bem descontraído sobre os ritmos que movem cidades. Dicas e mapeamento de cenários musicais - clássicos e emergentes, do analógico ao eletrônico.